
Desafetos do Papa Francisco têm atuado nos bastidores para influenciar a escolha de seu sucessor no próximo conclave, segundo o jornal italiano Corriere della Sera.
Após a morte do pontífice, os cardeais se reúnem na Capela Sistina para votar, em um processo que leva entre 15 e 20 dias para começar. Esse intervalo, segundo a reportagem, é usado por grupos conservadores para espalhar boatos e tentar direcionar o resultado da eleição papal.
Com o avanço da internet, estratégias para enfraquecer possíveis candidatos tornaram-se mais sofisticadas e difíceis de rastrear. Em 2013, quando Jorge Mario Bergoglio ainda era apenas um dos nomes cotados, circularam rumores de que ele teria apenas um pulmão, o que levou alguns cardeais a questioná-lo durante o conclave. Hoje, as campanhas virtuais envolvem temas mais graves, como saúde, escândalos e supostos acobertamentos.
O Corriere afirma que uma rede de oposição ao Papa Francisco, financiada principalmente por setores conservadores dos Estados Unidos, tem trabalhado há anos para minar figuras ligadas a ele. Essa atuação inclui ações como a produção de dossiês e a edição de verbetes na Wikipédia de cardeais votantes, além da disseminação de informações falsas nas redes sociais.
Um exemplo citado é o projeto “Red Hat Report”, apresentado por um grupo chamado “para uma melhor governança da Igreja”, que buscava levantar suspeitas contra os cardeais com direito a voto. Segundo o jornal, o objetivo era mudar a percepção sobre os possíveis papáveis e “evitar outro Papa como Francisco”. O grupo também divulgou textos do ex-arcebispo Carlo Maria Viganò, que chegou a chamar o pontífice de “servo de Satanás” e foi excomungado em 2024.

Para tentar conter essa onda de manipulações, o Vaticano tem reforçado a presença online com atualizações frequentes nos portais oficiais. O Corriere aponta que uma das medidas adotadas foi justamente fortalecer a transparência com publicações de perfis, documentos e notícias, como forma de impedir que desinformações ganhem espaço antes da escolha do novo líder da Igreja.
Durante o conclave em si, celulares e computadores são proibidos para garantir sigilo absoluto. No entanto, a preocupação se concentra no período anterior ao início da votação.
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