Intel admite: PCs com chips para IA vendem menos do que o esperado

Você compraria um notebook novo só para ter acesso a recursos de IA executados localmente? Pouca gente tem feito isso. O resultado é que a Intel está vendo processadores mais antigos serem mais demandados entre fabricantes de PCs do que os chips Arrow Lake, por exemplo, que trazem NPUs para inteligência artificial.

O problema foi admitido pela Intel de modo indireto, durante uma teleconferência recente a respeito dos resultados financeiros da companhia em seu último trimestre fiscal. Ali, a empresa revelou que a sua capacidade de produção de chips com tecnologia Intel 7 não está dando conta da demanda por essas unidades.

A tecnologia Intel 7 consiste em um litografia de 10 nanômetros otimizada em relação à geração anterior para oferecer até 15% mais desempenho por watt. Ela é a base de linhas como Intel Core Alder Lake (12ª geração) e Raptor Lake (13ª geração).

Se há demanda por esses processadores, significa que a Intel está fazendo o que mais importa: vendendo. Qual o problema, então? O fato de que, atualmente, a companhia prioriza chips como os da família Arrow Lake por acreditar que eles teriam uma grande demanda em 2025.

Fazem parte da família Arrow Lake as séries Intel Core Ultra 200S, para desktops, e Core Ultra 200U, Core Ultra 200H e Core Ultra 200HX, para notebooks. Os modelos para desktops foram anunciados em outubro de 2024, enquanto as opções para laptops foram apresentadas oficialmente no início de 2025.

Processados revelados um pouco antes também estão com demanda aquém do esperado. É o caso dos chips Intel Core Ultra 200V (Lunar Lake), revelados em setembro de 2024, e até dos modelos Intel Core Ultra de 14ª geração (Meteor Lake), anunciados no início do mesmo ano.

Por que os chips mais atuais da Intel vendem menos do que o esperado?

Provavelmente, por conta do fator preço. Os processadores Intel Core de 12ª e 13ª gerações são mais baratos. Os chips atuais são mais caros, e pode ser difícil para a Intel reduzir os preços porque os seus custos de produção são maiores. A presença da NPU (Unidade de Processamento Neural), por si só, contribui para os custos elevados desses chips.

Mas, no cenário atual, é de se presumir que o interesse da Intel está mais em dar conta da demanda por seus chips (mesmo que mais antigos) do que em alavancar as vendas de processadores com recursos para IA.

Isso porque o “tarifaço” promovido pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos e o fim do suporte ao Windows 10 em outubro de 2025 estão entre os fatores que devem fazer a procura por computadores novos aumentar sensivelmente nos próximos meses. Na verdade, esse aumento já foi percebido no primeiro trimestre do ano.

Por outro lado, ferramentas baseadas em IA não estão entre esses fatores, por mais que a Microsoft se esforce para incrementar o Windows 11 com elas.

Com informações do Tom’s Hardware

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