Giant admite dificuldades e traz mudanças para fundo carro-chefe: “foi nosso 2º Joesley Day”

Depois de ver o retorno de um dos principais produtos da casa, o Giant Zarathustra, terminar 2023 com ganhos bem inferiores ao CDI, a casa apresentou novas estratégias para este ano. Em carta aos investidores divulgada nesta segunda-feira (11), Pedro Simonetti, sócio da Giant Steps Capital, disse que a gestora começou a implementar um novo projeto chamado Foundation para buscar novas oportunidades de ganhos.

A novidade foi apresentada após um ano difícil e que internamente a casa chamou de “segundo Joesley Day”. Em 2023, o Giant Zarathustra FIC FIM, por exemplo, obteve ganhos de 4,21%, contra 13,04% do CDI. Já no acumulado deste ano até fevereiro, o fundo registrou retornos de 0,69%, abaixo dos 1,77% da taxa de referência da classe.

O Giant Zarathustra é bastante conhecido por investidores em geral que aplicam em fundos quantitativos, produtos em que as decisões de investimento são baseadas em modelos matemáticos voltados para identificar padrões e tendências de comportamento dos ativos financeiros.

Segundo Simonetti, um dos principais ganhos do Foundation virá com novas fontes de alpha (indicador de rentabilidade que mede o excesso de retorno de um fundo em relação ao mercado de referência). Para simplificar, o executivo afirma que é preciso pensar em cada sinal de alpha como uma peça de um quebra-cabeça, que representa a totalidade das informações disponíveis sobre determinado ativo.

“No formato anterior, elaborávamos estratégias para explorar cada uma das peças de forma independente. Como algumas delas não permitiam uma estratégia eficiente por si só, eram deixadas de lado. No Foundation, montaremos o quebra-cabeça e operaremos em cima da imagem completa”, explicou.

Outro ganho deve vir com a possibilidade de adotar estratégias mais de curto prazo, saindo de uma estrutura que estava mais concentrada em tendências de longo prazo. De acordo com o executivo, a versão completa do projeto deve ser implementada até o fim de 2024.

Ano difícil

O ano passado foi difícil para a gestora. “2023 foi um ano péssimo para os sinais de tendência ao redor do globo”, destacou o executivo na carta.

Para Simonetti, o movimento foi reflexo de uma “esquizofrenia” por parte do Governo brasileiro, além de guerras, quebras de banco e do “fantasma da inflação”, que transformou a taxa de juros americana numa verdadeira “montanha-russa”.

“Alta volatilidade sem direcional formam a pior situação possível. Nesses momentos, as estratégias de tendência sinalizam entradas falsas, o que gera várias pequenas perdas sequenciais, fazendo o fundo sangrar”, resumiu o executivo ao comentar sobre o desempenho em 2023.

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