
O passageiro de uma van ficou gravemente ferido depois que o veículo bateu em uma carreta, na manhã dessa terça-feira (29). O acidente aconteceu na rodovia BR-040, na altura do Bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A notícia, estampada nos jornais da capital, é mais um registro dos riscos que afetam uma das principais rodovias do país. O trecho passa por reformas, após a EPR assumir a concessão.
A empresa terá muito trabalho, uma vez que, a despeito de ser privatizada há pelo menos dez anos, os investimentos no trecho entre Juiz de Fora e a capital foram aquém das expectativas. A Via 040 chegou a renunciar à concessão diante do desequilíbrio entre os custos e a arrecadação, tendo sido obrigada a cumprir o contrato até o fim. O desafio, agora, é da EPR, que também está no leilão que vai decidir a concessão, da mesma rodovia, entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro.
O certame está previsto para esta quarta-feira, na Bolsa de Valores de São Paulo. Além da EPR, estão no páreo a Sacyr e a Construcap. A previsão de investimentos no ativo é da ordem de R$ 5 bilhões, e a TIR (Taxa Interna de Retorno), de 11,17%. O critério do leilão será o de menor valor da tarifa de pedágio mais a curva de aporte.
A EPR estabeleceu um prazo de sete anos para concluir as obras entre Juiz de Fora e Belo Horizonte e de cinco anos para o trecho mais crítico entre a capital e a cidade de Conselheiro Lafaiete, mas seu principal desafio, se vencer a concorrência desta quarta-feira, é concluir as obras da subida da Serra de Petrópolis, paradas há pelo menos dez anos.
Além de viadutos e correção de trechos, o contrato estabelece a conclusão do túnel de cinco quilômetros para tirar o trânsito das sinuosas curvas entre a Baixada Fluminense e a cidade de Petrópolis. Ele terá que passar por ampla revisão, por se tratar de um empreendimento que carece de atenção permanente ante a sua relevância.
Quando venceu a concorrência para assumir a BR-040, a Concer tinha como meta primeira as obras da Região Serrana, mas fez um acordo com o Dnit e inverteu a prioridade, que passou para a duplicação do trecho entre Juiz de Fora e Matias Barbosa, de custos abissalmente menores.
Quando começou a segunda etapa, o desencontro de contas com o Governo tornou-se uma demanda judicial, que culminou com a paralisação das obras. Nessa queda de braços, quem perdeu foi o usuário, pois a BR-040, já ranqueada como uma das melhores do país, entrou numa fase de expectativa, isto é, de retomada das obras, o que acabou não acontecendo.
O próximo concessionário tem que garantir que tal projeto sairá do papel, pois é o que resta para a retomada da qualificação no topo das rodovias nacionais.
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