Brasil pode ser afetado por terremoto no Chile? Entenda

Moradores evacuam a costa chilena em Punta Arenas após alerta de tsunami. Foto: Divulgação

O terremoto de magnitude 7,4 que atingiu o extremo sul do Chile nesta sexta-feira (2) gerou preocupações em países vizinhos, mas não há indícios de que o Brasil tenha sido ou venha a ser afetado pelo tremor. Apesar de o abalo ter sido sentido em partes da Argentina, o território brasileiro historicamente não corre risco.

O epicentro do terremoto foi registrado na região da Passagem de Drake, cerca de 218 quilômetros ao sul de Puerto Williams, na região de Magallanes e Antártica Chilena. O fenômeno ocorreu a apenas 10 km de profundidade, no mar, o que levou as autoridades chilenas a emitirem alertas de tsunami e iniciarem evacuações em áreas costeiras.

Contudo, devido à localização remota do epicentro e à distância considerável em relação ao território brasileiro, os efeitos não chegaram a ser percebidos no Brasil.

O Brasil se encontra no centro da Placa Sul-Americana, distante das bordas tectônicas onde ocorrem os grandes terremotos. Por isso, mesmo tremores intensos em países vizinhos, como Chile, Peru e Argentina, raramente têm reflexos em solo brasileiro. Em casos isolados, abalos podem ser sentidos nas regiões Sul e Sudeste, geralmente em forma de pequenas vibrações, sem riscos estruturais ou à população.

Segundo especialistas, a possibilidade de o terremoto chileno provocar qualquer impacto direto no Brasil é praticamente nula. Isso porque o país não está situado sobre falhas geológicas ativas como a região dos Andes, conhecida por sua alta atividade sísmica.

Residência danificada durante o terremoto em Itacarambi, Minas Gerais, em 2007. Foto: Divulgação

Embora esteja em zona estável, o Brasil registrou no mesmo dia, 2 de maio, o maior terremoto de sua história. Um abalo sísmico de magnitude 6,6 foi detectado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos na região Norte, mais precisamente em Ipixuna, no Amazonas.

O tremor foi registrado a 614,5 km de profundidade, o que impediu que a energia sísmica atingisse a superfície de forma perceptível. O Centro de Redes de Terremotos da China também identificou o evento, apontando uma profundidade ainda maior, de 630 km.

Esse terremoto superou o registrado em 2022 em Tarauacá (AC), que teve magnitude de 6,5 e também não causou danos. A proximidade dessas áreas com a Cordilheira dos Andes explica a ocorrência de tremores, mesmo em regiões brasileiras.

Embora sejam fenômenos raros, alguns terremotos registrados em território brasileiro já causaram estragos significativos ao longo da história. Em 2007, o município de Itacarambi, em Minas Gerais, foi palco do único caso de morte relacionada a um sismo no país, provocado por um tremor de magnitude 4,8.

Já em 1980, um abalo sísmico de magnitude 5,2 atingiu Pacajus, no Ceará, deixando mais de 400 casas danificadas e sendo sentido até em Fortaleza. Em 1986, João Câmara, no Rio Grande do Norte, sofreu com uma série de tremores, o maior deles de magnitude 5,1, que derrubou imóveis e forçou muitos moradores a abandonarem a cidade.

Em 2012, Montes Claros, também em Minas Gerais, foi atingida por um terremoto de magnitude 4,0, que afetou a estrutura de residências em mais de dez bairros. Outro caso marcante ocorreu em 1939, em Tubarão, Santa Catarina, quando um tremor de magnitude 5,9 foi amplamente sentido, inclusive em Florianópolis, sendo considerado um dos mais intensos já registrados no Sul do Brasil.

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