China pede “sinceridade” aos EUA e avalia abrir diálogo com Trump

China considera iniciar conversas com os EUA. Foto: Divulgação

A China indicou, nesta sexta-feira (2), que está avaliando a possibilidade de iniciar negociações comerciais com os Estados Unidos, um sinal importante desde o início da guerra tarifária impulsionada por Donald Trump.

A declaração foi dada pelo Ministério do Comércio chinês, que afirmou que, apesar das tensões, há disposição de Washington para retomar os diálogos, o que poderia sinalizar uma mudança no impasse que afeta as duas maiores economias do mundo.

De acordo com o comunicado divulgado pelo governo chinês, autoridades de alto escalão dos EUA expressaram repetidamente interesse em conversar sobre as tarifas, com a condição de que Pequim demonstre “sinceridade”.

O Ministério do Comércio afirmou que, por meio de canais relevantes, os EUA enviaram mensagens para Pequim, com o objetivo de reatar as conversações comerciais. “A China está atualmente avaliando isso”, completou o ministério.

Este movimento vem após anos de crescente tensão comercial, com Trump elevando as tarifas de importação para os níveis mais altos em um século, o que gerou retaliações da China. A novidade é vista como um possível ponto de virada nas negociações.

O confronto tarifário não apenas prejudicou o comércio entre as duas nações, mas também impactou as economias de ambos os países. Nos EUA, a contração econômica no início de 2025 foi em grande parte atribuída ao aumento das importações antecipadas, buscando driblar as tarifas elevadas. Isso abalou os mercados financeiros globais e reduziu a confiança dos consumidores.

Donald Trump com a lista de tarifas internacionais. Foto: Divulgação

Na China, os efeitos da guerra comercial também foram severos, com a atividade industrial registrando a maior queda desde dezembro de 2023, conforme dados divulgados esta semana. O índice de gerentes de compras indicou uma contração significativa, refletindo o impacto das tarifas nas exportações chinesas.

Apesar das sinalizações positivas, ainda existem desafios nas negociações. A China espera que os EUA nomeiem uma pessoa-chave para liderar as conversações, com o respaldo de Trump, a fim de alcançar um acordo formal que os líderes das duas potências possam assinar.

Enquanto outras economias, como a Índia e o Japão, buscam firmar seus próprios acordos comerciais com os EUA, a China corre o risco de se tornar a única grande economia a não avançar em negociações.

Além dos sinais de aproximação, a recente reestruturação do governo dos EUA pode complicar as negociações. Trump anunciou uma mudança na liderança diplomática, ampliando o papel do Secretário de Estado, Marco Rubio, que agora também atuará como conselheiro de segurança nacional interino.

A nomeação de Rubio, um defensor contundente de uma política mais agressiva em relação à China, é vista como uma possível complicação para as negociações, especialmente em questões sensíveis, como Taiwan e o Mar do Sul da China.

Com a expectativa de que as negociações possam começar em breve, economistas alertam para a volatilidade nos mercados financeiros. “O mercado espera que as negociações entre os EUA e a China comecem em algum momento, mas isso pode trazer mais volatilidade”, afirmou Woei Chen Ho, economista do United Overseas Bank.

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