
O presidente Lula tem rejeitado o apelo de ministros para fazer um gesto a evangélicos para buscar apoio do setor religioso. O petista recebeu uma série de sugestões de auxiliares, mas diz que não quer substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro para o eleitorado desse segmento.
Ministros já sugeriram que o Lula promovesse um evento ou encontro com pastores, um grupo de governo para dialogar com evangélicos ou lançar um programa com políticas públicas específicas para os religiosos. O presidente negou todas as solicitações.
O petista argumenta nos bastidores que deseja se aproximar de evangélicos mostrando que eles também serão beneficiados pelos avanços do governo nas áreas sociais e econômicas. Ele alega que o Estado é laico e não deve fazer uso político da fé.

Para Lula, o maior problema não é a disposição para dialogar com o setor, mas uma resistência das próprias lideranças evangélicas, que não desejam uma aproximação. Em reunião ministerial na última segunda (18), o presidente criticou o uso da religião como “instrumento político” e uma manipulação do eleitorado evangélico.
“Um país em que a religião não seja usada como um instrumento político de um partido ou de um governo. Que a fé seja exercitada na mais plena liberdade das pessoas que queiram exercê-la. A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo neste país”, afirmou na ocasião.
O ministros têm sugerido medidas de aproximação com o segmento após pesquisa Genial/Quaest mostrar que o trabalho de Lula tem 62% de desaprovação entre evangélicos, número que era de 56% em dezembro de 2023 e ultrapassa a média geral da população, que é de 46%.