Tinder vai mudar para conter queda de assinantes; novo app de namoro chega ao Brasil

Natalie Lung

O Tinder, a maior marca do Match Group Inc., quer priorizar melhorar a experiência do usuário no aplicativo de relacionamento no lugar de monetizar os serviços. A aposta tem como objetivo reverter a queda de assinantes do app, ainda que possa mudar a reputação do Tinder como “aplicativo para encontros casuais”.

A CEO do Tinder, Faye Iosotaluno, afirmou que a projeção é de declínio ou, no máximo, estabilidade da receita direta até 2026. Para 2027, é esperado um crescimento de “dígitos baixos” na receita. Faye apresentou os dados no dia de investidores da Match, nesta quarta-feira (11).

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No esforço para melhorar a experiência do usuário, o Tinder está testando novos recursos. Entre eles, exigir fotos de rosto nos perfis e fazer recomendações com curadoria de IA. De acordo com Faye, há mudanças projetadas para eliminar maus usuários da plataforma, o que deve ajudar a ganhar a confiança de quem recorre ao Tinder e fortalecer o negócio a longo prazo.

A CEO da empresa reconhece que esses esforços reduzirão a base de usuários do Tinder no curto prazo. Essas perdas vêm acontecendo nos últimos seis trimestres.

Faye Iosotaluno, CEO do Tinder. Foto: Chesnot/Getty Images

“Estamos ajustando nosso foco para inovação de produtos além da monetização, garantindo que nosso ritmo de recursos atenda e entregue às necessidades, expectativas e comportamentos em mudança das pessoas que buscam namorar hoje”, disse ela.

“Nada disso é fácil ou rápido, mas é o que deve ser feito para que o Tinder volte a crescer.”

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As ações da Match caíram até 6,9% em Nova York enquanto o evento para investidores estava em andamento.

A mais recente estratégia de produto e as estimativas financeiras da empresa podem ser uma decepção para os investidores que buscavam sinais mais imediatos de uma reviravolta no Tinder.

No entanto, muitos em Wall Street seguem otimistas sobre a posição de liderança do Tinder no mercado de aplicativos de relacionamento. Tanto a Match quanto a concorrente Bumble Inc. reconheceram a necessidade de abordar uma mudança geracional na forma como os usuários, especialmente a Geração Z, se aproxima do tema namoro e relacionamentos.

Novo app de namoro chega ao Brasil em 2025

Se o Tinder está em mudança para tentar melhorar os números, o Hinge, outra marca do grupo Match, é apontado como um ponto positivo no portfólio da companhia. O CEO do Hinge, Justin McLeod, projeta um crescimento de receita direta de 20% a 25% em 2025.

O Hinge planeja expandir para novos mercados, incluindo Brasil e México em 2025, e outros países da América Latina e a Ásia em 2026.

McLeod espera que a receita direta alcance US$1 bilhão até 2027, superando a média das estimativas dos analistas da Bloomberg. Isso virá de melhorias de IA, incluindo fornecer feedback sobre como iniciar conversas, sugestões para escrita de perfis e lugares sugeridos para encontros.

O Hinge hoje opera nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Irlanda, França, Alemanha e Nova Zelândia.

Como funciona o Hinge? É diferente do Tinder?

O Hinge e o Tinder são aplicativos de namoro que funcionam de maneiras diferentes. O Hinge é para pessoas que querem relacionamentos sérios e duradouros. Nele, os usuários criam perfis mais detalhados, respondendo a perguntas que mostram sua personalidade.

As interações no Hinge acontecem quando alguém curte uma resposta específica no perfil da outra pessoa, o que ajuda a começar conversas mais significativas. Já o Tinder é conhecido por encontros casuais, onde as pessoas deslizam entre fotos de perfil dos possíveis paqueras.

Além disso, o Hinge usa um algoritmo que sugere matches com base no que os usuários gostam e nas interações que tiveram. O Hinge é uma boa escolha para quem busca um relacionamento sério, enquanto o Tinder é melhor para encontros casuais.

Como vão as finanças da Match, dona do Tinder e do Hinge

Os resultados financeiros do Tinder nos últimos tempos preocupam acionistas da Match. Mudanças frequentes na gestão desde 2016 e a falta de inovação significativa no produto do Tinder culminaram em uma perda de US$ 41 bilhões na capitalização de mercado da Match desde seu pico em 2021.

Três acionistas, incluindo a Elliott Investment Management LP e a Anson Funds Management LP, adquiriram participações na empresa desde o ano passado e pressionam o Tinder por crescimento.

O Tinder espera que a receita de 2025 caia em “dígitos médios” e permaneça estável em 2026. Ambas as previsões ficam aquém das expectativas da Wall Street, de acordo com estimativas compiladas pela Bloomberg. O Tinder também disse que vê a receita de 2027 crescendo em “dígitos baixos”, aproximadamente em linha com a média de 2,8% que os analistas esperam.

A Match é dona também dos apps de namoro Hinge e OKCupid.

Em uma base anual composta até 2027, a Match espera um crescimento da receita total de 4% a 6%. Os aumentos estarão concentrados em 2026 e 2027.

A longo prazo, a liderança da Match antecipa que a empresa pode melhorar o fluxo de caixa e as margens ao cortar despesas duplicadas em seu portfólio de marcas, incluindo gastos com marketing.

No geral, a empresa planeja devolver pelo menos 100% do fluxo de caixa livre aos seus acionistas nos próximos três anos por meio de uma combinação de dividendos trimestrais e recompra de ações.

O novo CFO Steven Bailey espera que o fluxo de caixa livre acumulado de 2025 a 2027 supere US$ 3 bilhões — em linha com as estimativas dos analistas — e está definindo uma meta de margem de lucro operacional ajustado de 39% para 2027.

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