Haddad sinaliza novos cortes de gastos e diz que dólar “vai se acomodar”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Divulgação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou que sua equipe econômica pode adotar novas medidas de cortes de gastos futuramente, sugeriu a existência de um ataque especulativo e afirmou que o dólar deve “se acomodar”. As declarações foram dadas nesta quarta (18) em conversa com jornalistas na portaria de sua pasta.

Haddad afirmou que o processo de cortes de gastos não é um “trabalho que se encerra”. “Nós vamos acompanhá-lo. Vamos fazer uma avaliação do que foi aprovado, nós temos também a questão da desoneração da folha que tem uma pendência no Supremo que nós vamos resolver”, apontou o ministro.

Sobre a alta do dólar, movimento influenciado por fake news envolvendo declarações inventadas de Gabriel Galípolo, próximo presidente do Banco Central, o ministro afirmou que não descarta a possibilidade de um ataque especulativo.

“Há contatos conosco falando em especulação, inclusive jornalistas respeitáveis falando disso. Eu prefiro trabalhar com os fundamentos, mostrando a consistência do que nós estamos fazendo em proveito do arcabouço fiscal para estabilizar isso. Mas pode estar havendo”, prosseguiu.

O ministro ainda aponta que esses movimentos “são coibidos com a intervenção do Tesouro e Banco Central”. A autarquia tem realizado operações para tentar conter a alta do dólar, mas só começou a agir 13 dias após a moeda americana ultrapassar os R$ 6.

“Eu acredito que ele vai se acomodar. Tenho conversado muito com as instituições financeiras sobre a previsão de inflação para o ano que vem, a previsão de câmbio paro ano que vem. Até aqui, nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que os especuladores estão fazendo”, acrescentou.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Haddad afirmou que o Banco Central e o Tesouro “vão continuar acompanhando até estabilizar” o valor da moeda.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça (17) uma proposta que proíbe a ampliação de benefícios fiscais em caso de déficit nas contas públicas. A medida é o primeiro projeto do pacote de corte de gastos enviado pelo governo ao Congresso Nacional.

Entre as propostas anunciadas pelo Ministério da Fazenda estão limitar o ritmo de crescimento do salário mínimo, mudanças no abono salarial e alterações no BPC (Benefício de Prestação Continuada). O governo calcula uma economia de R$ 327 bilhões em 5 anos com as medidas.

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