Delator do PCC: Policiais teriam pedido R$ 40 milhões por pen drive apreendido

Vinícius Gritzbach, delator do PCC morto com tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Foto: reprodução

Nas declarações do delator do PCC, Vinícius Gritzbach, assassinado com tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, ele revelou que um delegado e um investigador presos teriam exigido R$ 40 milhões para devolver um pen drive apreendido pela polícia.

Segundo Vinícius, o delegado Fabio Baena, detido pela Polícia Federal, teria utilizado seu próprio celular para ligar ao advogado do delator, conforme informações do Brasil Urgente, da Band.

Vinícius afirmou que, durante sua prisão temporária, o delegado teria pedido a quantia acreditando que ele possuía uma chave de acesso para R$ 60 milhões em criptomoedas armazenada no pen drive.

“No dia da prisão tinham alguns cheques… foram liberados já, não foram para perícia. E depois ele falou que o Eduardo, o Baena, pediram a quantia de 30 a 40 milhões de reais que eu tinha em um pendrive, eu não tinha esse pendrive”, declarou o delator.

O advogado Ivelson, que na época defendeu Vinícius e atualmente representa policiais militares envolvidos no caso, negou as acusações, dizendo que Vinícius mentiu ao citar o nome de Baena e negar que o delegado teria solicitado propina por intermédio dele. Apesar disso, Gritzbach alegou que a senha das criptomoedas teria sido o motivo de sua sobrevivência por tanto tempo, mesmo com ameaças de morte.

Durante o relato, Vinícius explicou que, enquanto estava preso, os policiais exigiram o pagamento, mas ele inicialmente recusou. Contudo, diante da pressão, ofereceu R$ 2 milhões, valor disponível em sua conta corrente.

“Eu não aguentava mais o que eu tava passando. Falei para o Ivelson, ‘oferece tudo que eu tenho na minha conta corrente, 2 milhões de reais’. Eles tiveram uma nova reunião e ele falou ‘agora nem se pagar os 30 porque eu já recebi de outras pessoas’”, disse.

Vinícius também revelou que, logo após sua prisão, ouviu dentro da viatura o telefone do chefe dos investigadores tocando constantemente. “O Marcelo Bombom ligava para o Eduardo Monteiro, a todo instante eles comemoravam ‘cana de bi’, depois eu vim a entender, cana de muitos milhões”, relatou. Marcelo Bombom, também preso pela PF, é acusado de intermediar negociações entre o PCC e policiais corruptos.

O delator mencionou ainda que informações comprometedoras foram apagadas de seus celulares durante a apreensão no DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais).

“Em relação ao DEIC, teve meus celulares que foram resetados lá dentro”, afirmou Vinícius, destacando que os aparelhos continham provas que incriminavam membros do PCC e comprovavam sua inocência no caso de duplo homicídio.

“Chegava no banco do Rafael Maeda, que fazia os pagamentos… tem um sócio que é um policial, tinha bastante coisa, prova a inocência do homicídio… o Django pedindo depósito…”, concluiu o delator.

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