PGR nega recurso e mantém Braga Netto preso

General Walter Braga Netto acompanhado de agentes. Foto: reprodução

A Procuradoria-Geral da República (PGR), sob gestão de Paulo Gonet, manifestou-se nesta sexta-feira (20) contra o pedido de liberdade do general Braga Netto, preso preventivamente desde a semana passada. A decisão sobre o caso será tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a PGR, a prisão é necessária para garantir a continuidade das investigações sobre a suposta participação do militar em um plano golpista que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no final de 2022.

De acordo com o parecer da Procuradoria-Geral, que aprovou a detenção do militar bolsonarista, Braga Netto teria agido para obstruir as investigações, configurando risco à ordem pública caso fosse solto.

“Dada a permanência dos motivos que fundamentaram a decretação da prisão preventiva e a inexistência de fatos novos que alterem o quadro fático-probatório, não há que se cogitar de sua revogação”, argumentou a procuradoria.

Paulo Gonet, o procurador-Geral da República. Foto: reprodução

A Polícia Federal, responsável pela prisão, apresentou elementos que, segundo os investigadores, comprovam o envolvimento direto de Braga Netto em ações para pressionar membros das Forças Armadas a aderirem ao plano golpista. Além disso, o general teria buscado informações confidenciais relacionadas ao acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

Entre as acusações mais graves apontadas pela PF, destaca-se o papel de Braga Netto como uma das lideranças estratégicas da trama. Investigadores afirmam que ele:

  • Coordenou ações clandestinas com militares especializados;
  • Financiou operações ilícitas utilizando dinheiro entregue em uma sacola de vinho;
  • Tentou controlar depoimentos e alinhar versões entre os investigados;
  • Planejou ações contra autoridades, incluindo uma tentativa de prender e executar o ministro Alexandre de Moraes.

A PF reforçou ainda que a liberdade de Braga Netto representaria um risco à ordem pública e à integridade das investigações, dado o histórico de interferências e a gravidade das acusações. O general é apontado como o mentor do plano, ainda que atuasse sob o comando de Bolsonaro.

Braga Netto não irá delatar

Segundo o novo advogado do general, o advogado José de Oliveira Lima, o militar não pretende recorrer à delação premiada, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo. Interlocutores da família do general afirmam que ele confia na reversão de sua prisão ao apresentar sua versão dos dois episódios que mais complicam sua situação.

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