Queda de ponte é mais um desafio para Renan Filho

editorial

Tão logo se inteirou dos acontecimentos, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou, além da liberação de recursos da ordem de R$ 100 milhões, a indicação da Polícia Federal para investigar as causas da queda da ponte entre os estados do Maranhão e Tocantins, que resultou na morte de oito pessoas e desaparecimento de outras nove. Além dos corpos, os mergulhadores também localizaram um caminhão, que estava carregado de ácido sulfúrico, uma moto e uma caminhonete. O ministro destacou, ainda, que o DNIT também participará das avaliações para apontar tecnicamente as causas do acidente.
Renan Filho foi ágil, mas é necessário lembrar que o viaduto em questão já estava em discussão há algum tempo. O vídeo gravado pelo vereador de Aguiarnópolis, Elias Júnior (Republicanos), no momento exato do rompimento, é o dado mais emblemático, pois ele estava no local para apontar a precariedade da ponte que atende a duas rodovias federais de grande importância para a região.
A ponte JK, ou de Estreito, tinha 533 metros de extensão e foi construída na década de 1960. Os problemas estruturais apontados pelo vereador também já tinham sido denunciados por moradores tanto da cidade do Tocantins com os da margem oposta, no Maranhão. E nada tinha sido feito.
Viadutos com mais de 50 anos de construção devem passar por avaliações frequentes, uma vez que foram construídos num período em que o fluxo de veículos era bem abaixo do que é registrado hoje. Além da ação do próprio tempo, a demanda tem influência direta na segurança.
A situação se agrava no ciclo das chuvas por conta da ação das águas, como ocorreu, nessa quinta-feira, na LGM-655, em Grão Mongol, no Norte de Minas, cuja ponte desabou. Não houve vítimas, mas o tráfego de veículos ficou totalmente bloqueado.
A despeito de a prevenção ser a forma mais adequada para garantir o uso em segurança dos viadutos, as medidas são tomadas após o registro de episódios como a tragédia sobre o Rio Tocantins. Vários governos já anunciaram tais revisões.
Na vizinha cidade de Santos Dumont, quatro viadutos fazem parte do traçado da BR-040, agora sob a gestão da EPR. Construído nos anos 1960, estão obsoletos por terem apenas duas pistas e pelo próprio tempo. Ao fazer um balanço dos seus primeiros cem dias de concessão, a empresa apresentou números de ações realizadas e revelou que a rodovia, no trecho entre Juiz de Fora e Belo Horizonte terá pista dupla em toda a sua extensão até 2031, sendo que entre a capital mineira e Conselheiro Lafaiete os trabalhos estarão concluídos em cinco anos.
A empresa não abordou a questão dos viadutos, mas, numa visão otimista, é possível depreender que algo será feito com a adoção de novas pistas e separação por divisórias. No mínimo, considera-se novos traçados. A instância política, que fala em nome da população, deve questionar a concessionária para saber se haverá algum tipo de intervenção.

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