O esquema de 2016 se repete, com o conluio dos jornalões com a extrema direita. Por Moisés Mendes

O presidente Lula (PT): jornalões estão certos de que podem fragilizar o petista. Foto: reprodução

O massacre dos jornalões, com a sabotagem da realidade e dos indicadores de PIB, pleno emprego, renda e consumo, é parte de cenários não imaginados por Lula, pelo governo e pelas esquerdas. Não com essa dimensão.

Folha, Globo e Estadão intensificaram seus ataques, no segundo ano do governo, por um conjunto de fatores e motivações. O primeiro é esse: as corporações perceberam que têm mais força do que imaginavam. E que podem seguir em frente porque foram subestimadas pelas esquerdas, por Lula e pelo entorno de Lula.

Subestimaram a força das mídias analógicas, que fazem uma transição surpreendente para o mundo digital. Poucos esperavam que isso fosse possível da forma como acontece.

Essa velha mídia digitalizada é hoje aliada, mesmo que sem articulação formal e organização, das big techs e do mundo de mentiras e ódio que essas acabaram criando.

Temos a convergência de interesses de Folha de S. Paulo, Estadão e Globo, colaboracionistas da ditadura no século 20, com os interesses do bolsonarismo, de Elon Musk e do fascismo digital do século 21, disseminado pelas redes sociais.

A velha mídia conservadora vai fazendo o jogo da extrema direita, quase absorvida por esse mundo, enquanto convive com uma verdade constrangedora: é incapaz de continuar produzindo criaturas políticas.

A grande mídia, em especial a Globo, vive o conflito de ter que desfrutar das armas e dos nomes do bolsonarismo que atacam Lula e as esquerdas e, ao mesmo tempo, de tentar se livrar de Bolsonaro e das suas alas e bases mais extremadas.

Os três jornalões, com a ajuda dos que estão na periferia dessa estrutura anti-Lula, precisam impedir que o terceiro governo do PT se viabilize, enquanto se esforçam para identificar ou criar uma alternativa que não passe de novo pelo fascismo.

Essa alternativa não existe. Mas as corporações acham que pode existir, se Lula for fragilizado, como fizeram com Dilma em 2016, quando se tornou possível, a reboque do lavajatismo, a ascensão de Bolsonaro. Que não estava no roteiro.

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A ex-presidente Dilma Rousseff e atual presidente do Banco dos Brics. Foto: reprodução

O esforço hoje é pela desqualificação de todas as conquistas de dois anos de governo. É assim que as chantagens das facções emendistas lideradas por Arthur Lira são apresentadas como mero conflito de interesses do Congresso com o governo.

E que as afrontas e ameaças dirigidas a Alexandre de Moraes são vistas como parte do jogo. A grande imprensa vai, sob disfarces, se adaptando às alianças com a nova direita e com o fascismo moderado que, no fim das contas, pode fazer com que Tarcísio de Freitas seja a única saída.

O protagonismo da velha mídia se intensifica porque subestimaram a capacidade de destruição dessas corporações, que se fortaleceram muitas vezes mais do que os meios considerados alternativos, progressistas ou independentes, desde a volta de Lula.

Jornalões, centrão, redes sociais, Banco Central, grileiros da Faria Lima e elites em busca da terceira via estão certos de que podem fragilizar Lula. E 2025 será o ano do cerco, para que o serviço se complete antes da campanha de 2026.

As manchetes que se repetem, com a transformação de notícias boas em alarmes, vão se reproduzir cada vez mais no ano que vem. Os jornalões apostam no que der e vier, desde que não sejam Lula ou um nome que posso sucedê-lo.

Direita e extrema direita começam a convergir no que importa, como ocorreu em 2016, agora pela lenta inviabilização de Lula. Aperfeiçoa-se, sem o que teria restado de escrúpulos, a tática que deu certo contra Dilma.

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