PM investiga ligação de homens da Rota com o PCC e inimigos de Gritzbach

O delator do PCC Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado no aeroporto de Guarulhos em novembro. Foto: reprodução

A Polícia Militar de São Paulo investiga a possível ligação de integrantes da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e de outros batalhões da zona leste com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e rivais do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado no aeroporto de Guarulhos em novembro.

O inquérito, instaurado em outubro, aponta que informações sigilosas teriam sido repassadas a membros da facção, permitindo que evitassem operações policiais e protegessem seus interesses, conforme informações do colunista Josmar Jozino, do UOL.

Segundo o Inquérito Policial Militar (IPM), dois núcleos de policiais são suspeitos: um formado dentro da Rota e outro espalhado por diversos batalhões. Entre os beneficiados pelo esquema estariam narcotraficantes ligados ao PCC, incluindo Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta; Cláudio Marcos de Almeida, o Django; Rafael Maeda Pires, o Japa; Silvio Luiz Ferreira, o Cebola; e o advogado Ahmed Hassan Saleh. Parte deles já está morta ou foragida, enquanto outros foram presos recentemente. Todos os mencionados são ligados à empresa de ônibus UPBus, investigada por sua relação com o crime organizado.

O núcleo dentro da Rota teria acesso privilegiado a informações de operações policiais, facilitando ações do PCC. Um capitão da Polícia Militar, que atuou por seis anos na unidade e ocupou cargos estratégicos como chefe da Agência de Inteligência, é um dos principais alvos da investigação.

Embora não tenha sido citado diretamente na denúncia, ele é apontado como amigo próximo de vários suspeitos e responsável por indicar alguns deles para funções-chave.

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Soldados da Rota:o núcleo da corporação facilitava ações do PCC . Foto: reprodução

Entre os investigados estão também cabos e sargentos que teriam usado suas posições para repassar dados sigilosos ao PCC. Um dos cabos, dono de um bar conhecido como Rota’s Bar, teria recebido quantias significativas de narcotraficantes. Outros investigados, incluindo um sargento aposentado e ex-seguranças da Transwolff, empresa de ônibus acusada de ligação com a facção, também são suspeitos de compartilhar informações sensíveis.

O inquérito ganhou força após o assassinato de Gritzbach, delator do PCC, ocorrido em uma emboscada no aeroporto de Guarulhos, no dia 8 de novembro.

A PM apura se os policiais contratados para a escolta do empresário “falharam de forma proposital ou receberam vantagens indevidas” para permitir o ataque. Ao todo, 16 policiais estão sob investigação, incluindo os oito responsáveis pela segurança de Gritzbach no dia do crime.

O IPM busca esclarecer as conexões entre os policiais e líderes do PCC, bem como o papel desses agentes na emboscada que resultou na morte do empresário. A suspeita é de que os militares envolvidos tenham atuado para proteger interesses da facção, colaborando diretamente com os inimigos de Gritzbach.

Veja o momento em que o delator do PCC foi assassinado:

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