Saiba quem representará o Brasil na posse de Maduro na Venezuela

Maduro, presidente reeleito da Venezuela, e Lula, do Brasil. Foto: Ricardo Stuckert

O governo brasileiro confirmou sua presença na posse do presidente venezuelano Nicolás Maduro, marcada para o dia 10 de janeiro de 2025, mas com uma representação diplomática discreta. Segundo Jamil Chade, no Uol, a embaixadora do Brasil em Caracas, Gilvania de Oliveira, será a responsável por representar o país, conforme informado por fontes do Itamaraty.

A eleição venezuelana de julho de 2024 foi marcada por controvérsias. Enquanto Nicolás Maduro declarou vitória, a oposição denunciou fraude e afirmou que seu candidato, Edmundo González, foi o verdadeiro vencedor. O Brasil, embora não tenha declarado fraude, condicionou o reconhecimento do pleito à apresentação das atas eleitorais, que nunca foram divulgadas.

Essa situação gerou tensão diplomática entre Brasília e Caracas, incluindo críticas do governo Maduro ao assessor especial de Lula, Celso Amorim.

Lula com Gilvania Maria de Oliveira, embaixadora do Brasil na Venezuela. Foto: Ricardo Stuckert

A participação brasileira na posse de Maduro ocorre em meio a críticas internas e alertas internacionais sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela.

Entre agosto e dezembro de 2024, ao menos 56 opositores políticos, 10 jornalistas e um ativista de direitos humanos foram presos, segundo relatório da ONU. A organização também pediu que o governo venezuelano garanta o direito a manifestações pacíficas nos dias anteriores à posse.

Grupos de direitos humanos no Brasil, incluindo Artigo 19, Human Rights Watch e Transparência Internacional Brasil, enviaram uma carta ao governo Lula pedindo o não reconhecimento do resultado eleitoral até que as atas sejam verificadas. Para essas organizações, o Brasil, como líder regional, deve adotar uma postura firme em defesa da democracia e dos direitos humanos.

Por outro lado, movimentos sociais brasileiros, como o MST, a União Nacional LGBT e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, pediram ao presidente Lula que reconheça a legitimidade da reeleição de Maduro. Eles destacam a importância de manter relações diplomáticas com a Venezuela e apontam os riscos de movimentos extremistas no país vizinho para a estabilidade da América Latina.

Brasília optou por uma abordagem moderada ao enviar apenas a embaixadora, sinalizando que mantém as portas abertas para o diálogo, mas sem ignorar as controvérsias eleitorais e os apelos de grupos nacionais e internacionais. A decisão reflete uma tentativa de equilibrar as pressões políticas internas e a necessidade de cooperação regional.

México e Colômbia também demonstraram interesse em dialogar com a Venezuela, embora esforços anteriores para mediar uma solução política tenham fracassado. A nova presidente do México, Claudia Sheinbaum, confirmou a presença de representantes mexicanos na posse, mas ainda não detalhou o nível de sua delegação.

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