Inflação nos EUA, Livro Bege, serviços no Brasil, resultado primário e mais destaques

Os dados econômicos divulgados nesta quarta-feira (15) devem trazer informações relevantes tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos, com potencial para influenciar decisões no mercado financeiro. No Brasil, o Índice de Atividades do Setor de Serviços referente a novembro, segundo a agência de notícias Reuters, deve mostrar leve retração de 0,3% no mês, mas alta anual de 3,4%. O saldo do governo central, também referente a novembro, é esperado em déficit de R$ 6,6 bilhões, refletindo o comportamento das receitas e despesas públicas. Já o fluxo cambial semanal deve avaliar entradas e saídas de capital no país, dados frequentemente monitorados por investidores estrangeiros.

Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor (CPI) de dezembro é aguardado com avanço mensal de 0,3% e anual de 2,9%, número que pode impactar as expectativas sobre os próximos passos da política monetária do Federal Reserve. Além dos números de inflação, traders acompanham os discursos de John Williams, Tom Barkin, Austan Goolsbee e Neel Kashkari do Federal Reserve (Fed) nesta quarta.

O que vai mexer com o mercado nesta quarta

Agenda

Às 9h, o presidente Lula tem reunião com Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Mais tarde, Lula se reúne com diversos ministros para definir vetos à tributária. No período da tarde, o presidente volta a se reunir com alguns ministros. Já o O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, comentará os resultados de novembro no auditório do edifício sede do Ministério da Fazenda (Bloco P), às 15h.

Brasil

9h – Serviços (novembro)

14h30 – Governo central (novembro)

14h30 – Fluxo cambial (semanal)

EUA

10h30 – Preços ao consumidor (dezembro)

12h30 – Estoques de petróleo (semanal)

16h: Livro Bege

Zona do Euro

7h – Produção industrial (novembro)

Internacional

Nova agência

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, anunciou ontem a criação de uma nova agência, chamada Serviço de Receita Externa, para coletar tarifas e impostos de fontes estrangeiras. A medida, prevista para 20 de janeiro, visa substituir parte da atuação do IRS (Serviço de Receita Interna) e da Alfândega, focando em receitas tarifárias. Trump declarou que os americanos foram taxados por tempo demais e defendeu que outros países comecem a pagar sua “parte justa” nas relações comerciais. Economistas apontam que as tarifas propostas, como 10% sobre importações globais e até 60% para produtos chineses, poderiam gerar efeitos negativos, incluindo aumento de custos e retaliações comerciais. Críticos, como o senador democrata Ron Wyden, alertam para o impacto financeiro sobre famílias e pequenas empresas, enquanto especialistas destacam riscos à economia dos EUA.

Desaceleração

O crescimento econômico da China deve desacelerar para 4,5% em 2025 e 4,2% em 2026, segundo pesquisa da Reuters, enquanto enfrenta o impacto de potenciais tarifas de importação impostas pelos EUA sob a presidência de Donald Trump. Em 2024, o PIB chinês teria crescido 4,9%, próximo da meta de 5%, impulsionado por estímulos e exportações robustas. No entanto, tensões comerciais com os EUA e a queda na atividade imobiliária devem dificultar os avanços futuros. Analistas destacam que novas tarifas americanas podem afetar exportações, investimentos e consumo. O governo deve anunciar dados econômicos detalhados na próxima quinta-feira, incluindo possíveis novas medidas de estímulo.

Economia

Financiamento

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 480 milhões para a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) ampliar a produção de etanol e energia a partir da biomassa de cana-de-açúcar, além de modernizar operações industriais. Parte dos recursos, R$ 220 milhões, virá do Fundo Clima para a unidade Vale do Pontal (MG), que aumentará a produção de etanol anidro em 85 milhões de litros por safra e a geração de energia em 34 MW. O projeto, de R$ 289,4 milhões, deve criar mais de 500 empregos. O banco também aprovou R$ 260 milhões adicionais para melhorias em outras unidades da CMAA, que tem capacidade de processar 9,7 milhões de toneladas de cana por safra.

Pix continua gratuito

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reforçou que o Pix continua sem cobranças ou taxação para os usuários, e alertou que as informações que circulam em redes sociais afirmando que haverá impostos e tarifas sobre o meio de pagamento são falsas.

Política

Imposto de Renda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou ontem que o governo pretende enviar a proposta de reforma do Imposto de Renda ao Legislativo somente após a eleição das mesas diretoras da Câmara e do Senado, marcada para fevereiro. Segundo Haddad, o Orçamento de 2025 deverá incluir a isenção de IR para trabalhadores com renda de até dois salários mínimos, conforme o parâmetro do ano passado. O governo planeja ampliar a faixa de isenção para R$ 5 mil, mas a medida ainda não foi formalizada. Haddad também informou que o presidente Lula deve sancionar nesta semana a regulamentação da reforma tributária sobre consumo, com “alguns poucos vetos” técnicos, sem comprometer os pilares do projeto.

Dívida

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou com vetos o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), publicado no Diário Oficial da União na terça-feira. O programa revisa dívidas estaduais, oferecendo parcelamento em até 30 anos, descontos nos juros e a possibilidade de quitação com bens e ativos. Durante o contrato, será proibida a contratação de novos empréstimos para pagar as parcelas refinanciadas, com adesão ao programa até dezembro de 2025. Vetos foram aplicados a trechos que poderiam comprometer o resultado fiscal e reduzir incentivos à gestão responsável. O governo afirmou que o Propag visa estimular a produtividade, investimentos em infraestrutura e áreas essenciais como educação e segurança pública.

Governadores criticam vetos

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de vetar trechos do projeto de renegociação das dívidas estaduais gerou frustração entre governadores e pode desestimular a adesão de alguns dos estados mais endividados, segundo interlocutores dessas administrações ouvidos pela Folha. Entre os que avaliam não aderir ao chamado Propag estão Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que consideram as regras sancionadas por Lula prejudiciais no curto prazo

Meta

A Advocacia-Geral da União (AGU) criticou os novos termos de uso das redes sociais da Meta, afirmando que eles violam a legislação brasileira e ameaçam direitos fundamentais, principalmente devido à alteração da Política de Conduta de Ódio. A AGU destacou que as mudanças contrariam compromissos previamente assumidos pela Meta no debate sobre o Marco Civil da Internet e anunciou, junto a outros órgãos do governo, uma audiência pública para discutir o tema. A Meta afirmou que o fim da checagem de fatos será testado apenas nos EUA e defendeu as mudanças como um esforço para equilibrar liberdade de expressão e segurança.

Comunicação

O novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira, defendeu maior alinhamento das assessorias de comunicação dos ministérios para fortalecer a unidade do discurso do governo federal. Ele destacou a prioridade na defesa da soberania nacional nas discussões sobre regulação das redes sociais e combate ao discurso de ódio. Sidônio também confirmou participação da Secom na reunião com a AGU sobre as mudanças na política da Meta, que inclui o fim da checagem de fatos nos EUA e seus potenciais impactos no Brasil.

(Com Reuters, Agência Brasil e Estadão)

The post Inflação nos EUA, Livro Bege, serviços no Brasil, resultado primário e mais destaques appeared first on InfoMoney.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.