Demanda externa por carnes está aquecida, mas preços continuam em queda

Carne fresca,Açougues, Frigoríficos, alimento (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Embora a demanda externa pelas carnes produzidas no Brasil continue aquecida, a erosão dos preços médios dos embarques continuam a preocupar os frigoríficos. A queda de custos com a compra de bois ou grãos para a produção de rações tem compensado parte dessa redução, mas a expectativa entre as empresas é que os valores praticados melhorem, de forma a garantir margens mais elevadas.

Segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), em fevereiro as exportações de carne bovina alcançaram 231,2 mil toneladas, 52% mais que no mesmo mês do ano passado, e renderam US$ 924,7 milhões, um aumento de 33% na comparação. Com isso, no primeiro bimestre o volume cresceu 39%, para 466,4 mil toneladas, e a receita subiu 20%, para US$ 1,5 bilhão.

De acordo com a Abrafrigo, o preço médio da tonelada vendida, que em janeiro recuou 14,6% ante um ano antes, para US$ 3.955 por tonelada, apresentou tímida reação e chegou a US$ 4 mil no mês passado, mas a média ainda foi 12,4% mais baixa que a de fevereiro de 2023. Para a China, principal destino dos embarques de carne bovina do Brasil, a retração dos preços foi de 9% no primeiro bimestre, para US$ 4.417 por toneladas

Em janeiro e fevereiro, as vendas ao país asiático somaram 194,1 mil toneladas, um incremento de 12% em relação ao primeiro bimestre do ano passado, e geraram US$ 857,5 milhões, um avanço de 2%. Para os EUA, segundo principal destino dos embarques da proteína, o volume bimestral aumentou 150%, para 89,1 mil toneladas, e o valor das vendas subiu 50,5%, para US$ 258,3 milhões.

CARNE DE FRANGO

No caso da carne de frango, as exportações do país chegaram a 397,7 mil toneladas em fevereiro e atingiram 802,2 mil toneladas no primeiro bimestre, com altas de 4,7% e 0,3% nas respectivas comparações anuais, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) A receita alcançou US$ 707 milhões no mês passado (queda de 4%) e US$ 1,4 bilhão no bimestre (baixa de 12,7%). 

Apesar das cotações menos atraentes, os resultados foram comemorados pelas companhias do ramo. “Foi o melhor mês de fevereiro da história e poderia ter sido ainda melhor, em condições normais, sem os atrasos gerados pela operação padrão [dos fiscais agropecuários] atualmente em curso” afirma o presidente da ABPA, Ricardo Santin, em nota. O dirigente traça um cenário positivo para 2024 como um todo, com boas vendas para a Ásia e para países islâmicos.

CARNE SUÍNA

Também de acordo com a ABPA, o volume dos embarques brasileiros de carne suína aumentou 24,4% em fevereiro, para 97,8 mil toneladas, e chegaram a 197,5 mil no primeiro bimestre (alta de 17,6%), Já a receita subiu 11,3% no mês, para US$ 205,7 milhões, e 1,9% no bimestre, para US$ 397,7 milhões.

“A prevalência das exportações para o mercado chinês vem sendo reduzida pelo aumento da demanda de outros destinos. Graças a isso, registramos o melhor mês de fevereiro da história e nos aproximamos pela primeira vez das 100 mil toneladas”, disse Santin. No primeiro bimestre, a China, ainda o principal destino dos embarques importou 49,5 mil toneladas de carne suína brasileira.

The post Demanda externa por carnes está aquecida, mas preços continuam em queda appeared first on InfoMoney.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.