Disputa por liderança fecha igreja e fiéis fazem culto na rua em Santo André, Grande São Paulo

Uma disputa para decidir quem assume o comando da Assembleia de Deus Ministério de Santo André, no ABC paulista, fechou a sede da igreja no último domingo (19). Em sinal de protesto, os fiéis, que não concordam com o atual comando, do pastor Leandro Augusto dos Santos, fizeram um culto na rua, na Avenida Antônio Cardoso, na Vila Curuçá. A ordem de fechar as portas veio de Santos.

Segundo o Repórter Diário, uma mudança no estatuto da igreja, cuja validade é discutida na justiça, levou à posse automática, sem votação, do pastor Santos, o que desagradou parte da comunidade religiosa. Santos, por meio de advogado, nega irregularidade na documentação.

Santos assumiu a presidência da ADSA em dezembro do ano passado, quando o pastor Silas Josué de Oliveira, que comandava a igreja por décadas, faleceu vítima de câncer. Argumentando uma alteração no estatuto da igreja feita em julho de 2023, que determina que, na vacância da presidência o vice assumiria automaticamente, Santos ascendeu ao comando da igreja, herdado do sogro.

A comunidade quis novas eleições, como determinava o estatuto anterior, datado de 2010. O advogado Sidnei Bizarro, que representa um grupo de pastores e fiéis da ADSA, diz que há várias irregularidades no procedimento que resultou na mudança do estatuto.

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Segundo o advogado, toda a alteração só poderia ser feita em reunião extraordinária do conselho de pastores com aprovação de 2/3 dos membros. Ainda de acordo com ele, a reunião teria ocorrido no dia 1° de julho de 2023 e teria sido chamada pelo pastor Silas, porém ele não poderia ter feito o chamamento porque estava se recuperando de um procedimento médico.

O advogado afirma ter vídeo do culto daquele dia em que foi falado sobre a ausência do pastor Silas. O pastor que teria elaborado e assinado a ata da reunião, nega ter participado dela e a lista de 56 nomes que teriam assinado a ata parece não ter conexão com a reunião, pois ele afirma já ter conseguido 40 declarações de próprio punho destas pessoas afirmando que essa reunião não aconteceu.

Bizarro disse que as mudanças no estatuto teriam o objetivo de manter a família no comando da igreja, já que Silas se tratava de um câncer. O advogado afirma que a mudança foi feita pelo próprio pastor Silas, que é muito elogiado na comunidade, mas cometeu essa falha. Entre as mudanças foi inclusive colocado que o presidente teria uma remuneração de 30 salários mínimos (R$ 45.540). Quando o pastor Santos assumiu ele impediu a entrada de pastores que faziam trabalho voluntário na igreja, alterou os acessos, inclusive trocando fechaduras, destituiu o contador e ameaçou funcionários.

O grupo descontente entrou na justiça com um pedido de tutela antecipada para o afastamento do pastor Santos da presidência e indicou um presidente que tem 56 anos de vivência na comunidade.

O advogado Bruno Carillo Cavalcante, que representa a igreja, nega irregularidades, diz que todos os documentos estão em ordem.

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