Voo com brasileiros deportados dos EUA atrasa e não tem previsão de chegada

O primeiro voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos desde a posse do presidente Donald Trump enfrenta atrasos significativos e segue sem previsão de chegada ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. A aeronave, que transporta 88 passageiros brasileiros, deveria pousar às 20h da sexta-feira (24), mas teve o horário de chegada adiado para 22h30, depois para 00h30. Por volta das 22h, o painel do aeroporto indicava o voo como cancelado, segundo informações da GloboNews.

De acordo com o UOL, a aeronave entrou em manutenção devido a falhas no sistema de ar-condicionado, e um novo avião teria sido enviado dos Estados Unidos. A expectativa é que o embarque ocorra apenas neste sábado (25). Pelo acordo entre Brasil e Estados Unidos, esses voos de deportação só podem pousar em Confins.

Apesar de ser o primeiro voo da nova gestão de Donald Trump, a operação já havia sido planejada durante o governo anterior. Desde 2017, Brasil e Estados Unidos mantêm um acordo que regula as deportações.

No dia 10 de janeiro de 2025, um voo semelhante trouxe 100 deportados ao Brasil, partindo de Alexandria, sob a gestão de Joe Biden. Em 2024, 17 voos transportaram mais de 2.100 deportados ao país, um aumento significativo em relação aos 14 voos de 2023, que totalizaram pouco mais de 1.400 pessoas.

O Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha a situação dos brasileiros deportados nos Estados Unidos por meio dos consulados, avaliando a necessidade de assistência.

Enquanto isso, o governo Trump intensifica sua política anti-imigração. A Casa Branca anunciou, em publicação no X, antigo Twitter, 538 prisões e “centenas de deportados” nos últimos quatro dias, além de divulgar os nomes e crimes de alguns dos imigrantes detidos.

Trump, que assinou decretos de “emergência nacional” relacionados à imigração logo após assumir o cargo, reafirmou sua promessa de campanha de “deportar milhões” e anunciou o envio de tropas à fronteira sul dos EUA.

Essas ações têm gerado polêmica e denúncias. Na última quinta-feira (23), o prefeito de Newark, Ras Baraka, acusou agentes do Serviço de Imigração e Alfândega de realizar operações sem mandado judicial, prendendo moradores locais e cidadãos indocumentados.

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