MP cita ‘altíssima periculosidade’ de Flordelis ao opinar contra liberação dela para enterro da filha

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) se manifestou contrário a uma possível autorização para que a ex-deputada e ex-pastora Flordelis deixe a cadeia para comparecer ao enterro da filha, Gabriella dos Santos de Souza, de 25 anos, que ocorre neste sábado (25). No documento, a promotora de Justiça Camilla Sahione Scisinio Dias ressaltou que ela é uma “condenada de altíssima periculosidade”, sendo inviável que ela saia sem causar “riscos à sociedade”.

“Além disso, cumpre destacar a dificuldade de garantia da segurança pública no deslocamento da detenta, considerando que se trata de caso grave e de grande repercussão social, não havendo tempo hábil para se operacionalizar de maneira adequada eventual escolta da mesma”, disse um trecho do documento, revelado pela coluna “True Crime”, do jornal “O Globo”.

A Justiça ainda não divulgou a decisão final sobre o pedido feito pela defesa de Flordelis. O enterro da filha dela está previsto para ocorrer às 16h30, no Cemitério do Pacheco, em São Gonçalo.

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Morte de Gabriella

O corpo de Gabriella foi encontrado na Estrada do Pacheco, localizada no bairro Pacheco, na madrugada da última quarta-feira (22). Apesar da suspeita de feminicídio, o atestado de óbito apontou que a provável causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória súbita.

O delegado Marcelo Braga Maia, responsável pelo caso na 74ª Delegacia de Polícia de Alcântara), em São Gonçalo, destacou que existem pontos a serem esclarecidos e vai convocar testemunhas para oitivas nos próximos dias. Ele citou que recentemente o companheiro da vítima mandou mensagens de áudio com ameaças.

O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de São Gonçalo para realização de exames necropsiais, que devem comprovar as causas da morte.

Gabriella, que foi registrada ainda bebê como filha de Flordelis e o do pastor Anderson do Carmo de Souza, chegou a prestar depoimento no inquérito que investigou a morte de seu pai adotivo. Na ocasião, ela relatou que, depois que o pastor foi atingido por 30 tiros à queima-roupa, ela checou os seus sinais vitais e ele ainda tinha batimentos cardíacos.

A advogada Janira Rocha, que defende Flordelis, falou com a colunista Fábia Oliveira, do “Metrópoles”, sobre qual foi a reação da ex-pastora com a perda de Gabriella. “Ela ficou muito mal, arrasada, ainda mais pela impotência de ir ao encontro da filha”, relatou. “Ela se assustou, teve um breve momento de pânico, ficou segundos sem ar, mas se controlou”, revelou.

Depois, em nota divulgada à imprensa, a família de Flordelis expressou “profunda tristeza” pela morte de Gabriella e informou que a defesa da pastora havia iniciado “esforços junto às autoridades judiciárias para obter autorização de comparecimento à despedida de sua filha”.

Morte do pastor e condenação de Flordelis

A ex-deputada federal Floredelis foi condenada a 50 anos e 28 dias de prisão em regime fechado pela morte do ex-marido, Anderson do Carmo. O crime ocorreu no dia 16 de junho de 2019 em Niterói, no Rio de Janeiro.

Anderson foi morto a tiros ao chegar em casa de carro. A motivação para o crime seria o “rigoroso controle das finanças familiares” e a forma “rígida” com a qual ele conduzia os conflitos familiares. Conforme reportagens publicadas à época do ocorrido, a família de Flordelis e Anderson era composta por mais de 50 filhos, entre biológicos, adotivos e afetivos.

Ela seria a responsável por convencer os demais envolvidos na morte do pastor a cometer o crime. A intenção era fazer o caso ser considerado um latrocínio, roubo seguido de morte. No entanto, esta não foi a primeira vez que ela teria tentado atentar contra a vida do companheiro. Flordelis já teria tentado envenená-lo ao menos seis vezes.

Reprodução/Redes sociais

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