Bolsonaro assina processo do STF e se revolta com oficial de Justiça

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante live fracassada na última terça-feira. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro assinou, após momentos de tensão, a intimação que recebeu do STF (Supremo Tribunal Federal) durante sua internação no Hospital DF Star, em Brasília. A corte enviou uma oficial de Justiça ao hospital após a participação do ex-presidente em uma live transmitida diretamente da UTI na noite anterior.

O ex-presidente se manifestou, em mensagem ao repórter Paulo Cappelli, do Metrópoles, reclamando da intimação do STF: “Assinei depois de 15 minutos. A oficial de Justiça botou o pé na porta da UTI e entrou para que eu assinasse. A oficial confessou que estava cumprindo ordens. Adivinha de quem?”, disse, em referência ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.

A justificativa do STF refere-se à transmissão ao vivo em que Bolsonaro, apesar de estar em recuperação pós-cirúrgica, conversou por quase duas horas com seus filhos e o ex-piloto Nelson Piquet para promover capacetes de grafeno de uma empresa da qual é sócio. O evento, porém, não contou com a adesão esperada e sequer alcançou o número de 1.000 pessoas simultâneas na live.

A citação faz parte do trâmite processual após o STF ter aceitado, em 26 de março, a denúncia contra Bolsonaro e outros sete acusados pelo suposto núcleo central da tentativa de golpe em 2022. Todos os réus haviam sido citados entre 11 e 15 de abril, mas a notificação do ex-presidente foi adiada devido à sua internação hospitalar, iniciada em 12 de abril.

Oficial de Justiça foi ao DF Star, onde Bolsonaro está internado. Foto: reprodução

“Em virtude da internação do ex-Presidente Jair Bolsonaro, foi determinado que se aguardasse uma data adequada em que pudesse, normalmente, receber o oficial de Justiça”, explicou o STF. Agora, a aparente disposição demonstrada durante a live levou a corte a considerar que o momento era apropriado para a citação.

Em mensagens a aliados, o ex-presidente classificou o episódio como “inacreditável”. Até o final da tarde desta quarta-feira, não havia confirmação se a oficial de justiça conseguiu efetivamente entregar os documentos a Bolsonaro, que permanece na UTI em recuperação de uma cirurgia abdominal de 12 horas realizada no dia 13 de abril.

Uma vez notificado, Bolsonaro e sua defesa terão prazo para apresentar recursos contra a decisão que o tornou réu. O ministro relator Alexandre de Moraes poderá analisar sozinho essas questões ou submetê-las à Primeira Turma do STF. Em seguida, o processo entrará na fase de instrução, com coleta de provas, oitiva de testemunhas e interrogatórios.

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