Malafaia ignora médicos e visita Bolsonaro em hospital: “Não vim à toa”

Malafaia em visita a Bolsonaro ainda em 2018. Foto: reprodução

O pastor Silas Malafaia compareceu, nesta quarta-feira (23), ao Hospital DF Star, em Brasília, para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segue internado na UTI em recuperação de uma cirurgia abdominal realizada no dia 13 de abril. A visita ocorre no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) intimou Bolsonaro no hospital, que agora é oficialmente réu da Justiça por tentativa de golpe de Estado.

Questionado pela imprensa sobre o motivo da visita, Malafaia respondeu de forma enfática: “Acha que eu vim aqui à toa?”. O encontro aconteceu apesar das recomendações médicas que restringem visitas ao ex-presidente, que passou por um procedimento de 12 horas para remoção de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal.

A presença de Malafaia segue uma série de demonstrações de apoio ao réu. Na manhã desta quarta, a bancada do PL realizou uma missa em frente ao hospital, conduzida pelo Padre Kelmon. O ambiente político em torno da internação se intensificou após o STF decidir pela citação judicial de Bolsonaro no hospital, baseando-se na live que o ex-presidente realizou na terça-feira (22) direto da UTI.

Jair Bolsonaro segue internado em Brasília. Foto: reprodução

O ex-presidente se manifestou, em mensagem ao repórter Paulo Cappelli, do Metrópoles, reclamando da intimação do STF: “Assinei depois de 15 minutos. A oficial de Justiça botou o pé na porta da UTI e entrou para que eu assinasse. A oficial confessou que estava cumprindo ordens. Adivinha de quem?”, disse, em referência ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.

Um interlocutor próximo ao ex-presidente criticou a decisão do STF: “Não custava nada esperar mais um dia, dois dias ou uma semana, até ele deixar a UTI. Isso em nada mudará o curso do processo”. A citação refere-se ao processo em que Bolsonaro é apontado como réu por suposta tentativa de golpe, junto com outros sete integrantes do chamado “núcleo 1” da investigação.

A justificativa do STF refere-se à transmissão ao vivo em que Bolsonaro, apesar de estar em recuperação pós-cirúrgica, conversou por quase duas horas com seus filhos e o ex-piloto Nelson Piquet para promover capacetes de grafeno de uma empresa da qual é sócio. O evento, porém, não contou com a adesão esperada e sequer alcançou o número de 1.000 pessoas simultâneas na live.

A citação faz parte do trâmite processual após o STF ter aceitado, em 26 de março, a denúncia contra Bolsonaro e outros sete acusados pelo suposto núcleo central da tentativa de golpe em 2022. Todos os réus haviam sido citados entre 11 e 15 de abril, mas a notificação do ex-presidente foi adiada devido à sua internação hospitalar, iniciada em 12 de abril.

“Em virtude da internação do ex-Presidente Jair Bolsonaro, foi determinado que se aguardasse uma data adequada em que pudesse, normalmente, receber o oficial de Justiça”, explicou o STF. Agora, a aparente disposição demonstrada durante a live levou a corte a considerar que o momento era apropriado para a citação.

Em mensagens a aliados, o ex-presidente classificou o episódio como “inacreditável”. Até o final da tarde desta quarta-feira, não havia confirmação se a oficial de justiça conseguiu efetivamente entregar os documentos a Bolsonaro, que permanece na UTI em recuperação de uma cirurgia abdominal de 12 horas realizada no dia 13 de abril.

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