A estratégia bolsonarista para camuflar um possível fiasco na Paulista

Bolsonaro discursa em ato na praia de Copacabana pela anistia dos envolvidos no 8 de janeiro de 2023. Foto: Reprodução

Com o desgaste deixado pelo ato esvaziado em Copacabana, no mês passado, aliados de Jair Bolsonaro recalibraram o discurso sobre a nova manifestação marcada para este domingo (6), na Avenida Paulista. A estratégia agora é destacar a presença de lideranças políticas e não mais fazer previsões sobre o público. Segundo O Globo, os organizadores evitam falar em números e dizem que a participação será “espontânea”.

O principal trunfo do evento seria a presença de sete governadores, o que representaria um número inédito de autoridades em manifestações convocadas por Bolsonaro. Até o momento, confirmaram presença Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO), Jorginho Mello (SC) e Wilson Lima (AM). A presença de outros dois ainda é considerada possível, segundo aliados do ex-presidente. Cláudio Castro (RJ), que também compareceria, fugiu.

A mudança de foco ocorre após a manifestação de março no Rio de Janeiro ter reunido apenas 18,3 mil pessoas, de acordo com estimativa de pesquisadores do Cebrap e da USP, com base em imagens aéreas. O número foi considerado muito abaixo do esperado, especialmente porque Bolsonaro chegou a afirmar que 1 milhão compareceriam.

O ex-presidente Jair Bolsonaro em ato a apoiadores na avenida Paulista em fevereiro de 2024. Foto: Bruno Santos/ Folhapress

Comparativamente, atos anteriores tiveram participação significativamente maior. Em 7 de setembro de 2022, o mesmo grupo calculou 64,6 mil manifestantes na Praia de Copacabana, e, em abril de 2023, outros 32,7 mil. Os dados indicam uma queda na mobilização presencial do bolsonarismo, mesmo entre seus apoiadores mais engajados.

Ainda assim, o governo do Rio de Janeiro divulgou uma estimativa de 400 mil pessoas no ato de março, mas sem apresentar a metodologia usada. A ordem para inflar os números teria partido do Palácio Guanabara, sede do governo estadual.

Diante disso, a manifestação deste domingo na capital paulista virou uma aposta política para tentar resgatar a imagem de força do ex-presidente e pressionar o Congresso a votar projetos como o da anistia aos presos do 8 de janeiro. O desfecho pode sinalizar o grau real de mobilização da base bolsonarista em um momento em que Jair Bolsonaro se encontra enfraquecido e judicialmente acuado.

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