
O mercado de ouro enfrentou uma reviravolta significativa após o anúncio de tarifas mais agressivas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na quinta-feira, o metal precioso atingiu um recorde histórico de US$ 3.167,84 por onça, impulsionado por preocupações com uma possível guerra comercial global. Contudo, na sexta-feira, o ouro registrou uma queda de 2,4%, refletindo a ansiedade dos investidores em relação ao impacto dessas tarifas na economia mundial. Essa volatilidade também afetou outras classes de ativos, com os índices Nasdaq 100 e S&P 500 apresentando quedas significativas.
Apesar dessa correção, o ouro acumula uma valorização de quase 16% no ano, sustentada por fatores como compras massivas de bancos centrais, demanda robusta na Ásia e políticas monetárias mais flexíveis do Federal Reserve. No entanto, a recente queda destaca a sensibilidade do mercado às tensões geopolíticas e econômicas.
O ouro segue em trajetória de valorização em 2025. No entanto, após renovar seu topo histórico na semana passada — ao atingir os US$ 3.167,84 — a commodity encerrou a semana com queda de 1,54%, cotada na região dos US$ 3.037. Esse movimento de baixa é encarado, por ora, como uma correção pontual dentro de uma tendência ainda predominante de alta.
No acumulado do ano, o ouro já sobe 15,76%, mantendo sua posição como um dos ativos de destaque em 2025.
Para entender até onde o preço do Ouro pode ir, confira a análise técnica completa e os principais pontos de suporte e resistência.
Análise técnica do Ouro
Olhando para o gráfico semanal do ouro, em dólar, a tendência de alta é evidente. Desde o rompimento da região dos US$ 3.000 — barreira histórica nunca antes superada — o ativo tem renovado topos e demonstrado força compradora. A máxima da última semana, nos US$ 3.167,84, marcou novo recorde histórico para o metal.
Apesar disso, o fechamento semanal em queda de 1,54%, somado a um candle com longa sombra superior, indica aumento da pressão vendedora, especialmente após a renovação do topo. O IFR (14) no semanal está em 71,03, apontando zona de sobrecompra. Além disso, o preço encontra-se afastado das médias móveis de 9 e 21 períodos — um sinal clássico de possível correção técnica para reaproximação com essas referências.
O suporte imediato está na mínima da semana anterior, na região dos US$ 3.015. Caso essa faixa seja perdida, a correção poderá ganhar força, com alvos projetados entre US$ 2.953 e US$ 2.832. Abaixo disso, as regiões de US$ 2.791 e US$ 2.563 passam a ser suportes relevantes a serem monitorados.
Por outro lado, caso o ouro consiga retomar o movimento de alta e supere o último topo histórico (US$ 3.167,84), os alvos passam a ser os seguintes: US$ 3.249, US$ 3.295, US$ 3.400 e, em um cenário mais estendido, a faixa entre US$ 3.445 e US$ 3.490.
O momento é de atenção, pois apesar da tendência ser altista no médio prazo, os sinais técnicos sugerem possível acomodação dos preços antes de novas máximas.

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Análise de curto prazo
No gráfico diário, o ouro ainda respeita um canal de alta formado desde o início de 2025. A estrutura segue positiva, mas nos últimos pregões, observamos uma sequência de candles de baixa, indicando movimento corretivo em desenvolvimento.
O ativo permanece acima da linha de tendência de alta (LTA) e das médias móveis, mas começa a se aproximar dessas regiões, o que pode ser decisivo para os próximos movimentos. Caso o preço perca a faixa de suporte entre US$ 3.031 e US$ 3.000, e rompa a LTA, o fluxo vendedor pode se intensificar, abrindo espaço para uma correção mais ampla. Os próximos suportes ficam entre US$ 2.953 e US$ 2.855, com alvos mais longos em US$ 2.791 e US$ 2.719.
Para que o ouro volte a atrair fluxo comprador no curto prazo, será necessário retomar a região das médias móveis e superar resistências nas faixas de US$ 3.078 e US$ 3.130. Superanto tais faixas o alvo será no topo histórico nos US$ 3.167,84. Um rompimento convincente dessas zonas pode reativar o movimento de alta, com alvos em US$ 3.205, US$ 3.229 e US$ 3.281.

Suportes e resistências do Ouro
Suportes:
Curto Prazo (Gráfico Diário):
- US$ 3.031 a US$ 3.000 → Suporte imediato e faixa crítica. Perda pode acelerar correção.
- US$ 2.953 a US$ 2.855 → Próxima zona de suporte técnico.
- US$ 2.791 → Suporte mais relevante no curto prazo.
- US$ 2.719 → Região que pode ser testada em uma correção mais profunda.
Médio Prazo (Gráfico Semanal):
- US$ 3.015 → Mínima da última semana e suporte imediato no semanal.
- US$ 2.953 / US$ 2.832 → Faixa de suporte importante para correções mais amplas.
- US$ 2.791 → Convergência com o diário, suporte significativo.
- US$ 2.563 → Suporte mais distante e fundo de referência anterior.
Resistências:
Curto Prazo (Gráfico Diário):
- US$ 3.078 a US$ 3.130 → Região de resistência intermediária e gatilho para retomada da força compradora.
- US$ 3.167,84 → Último topo histórico. Resistência principal e ponto decisivo para nova aceleração de alta.
- US$ 3.205 / US$ 3.229 → Alvos projetados após rompimento do topo histórico.
- US$ 3.281 → Alvo mais longo no curto prazo
Médio Prazo (Gráfico Semanal):
- US$ 3.167,84 → Topo histórico, mesma resistência do gráfico diário.
- US$ 3.249 → Primeira projeção de Fibonacci após rompimento do topo.
- US$ 3.295 → Alvo seguinte.
- US$ 3.400 → Região de resistência psicológica e alvo projetado.
- US$ 3.445 a US$ 3.490 → Resistência mais longa e ambiciosa no médio prazo.
(Rodrigo Paz é analista técnico)
Guias de análise técnica:
- O que é uma linha de tendência na análise gráfica?
- O que são médias móveis e como usá-la para estratégia de Trade
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