
Virginia Giuffre, a advogada que se tornou conhecida por denunciar o bilionário Jeffrey Epstein e o príncipe Andrew por abuso sexual, morreu na quinta-feira (24) na Austrália, aos 41 anos. Segundo comunicado da família divulgado na sexta-feira (25), ela cometeu suicídio.
“Virginia foi uma brava guerreira na luta contra o abuso e tráfico sexual. Ela era uma luz que ajudou muitos sobreviventes”, dizia a nota. “No final, o preço do abuso foi tão pesado que se tornou insuportável para Virginia carregá-lo”, lamentaram os familiares.
Giuffre foi uma das vozes mais importantes no escândalo sexual envolvendo Epstein. Ela acusou o financista de tê-la explorado como escrava sexual quando era adolescente e de tê-la oferecido a homens poderosos, incluindo o príncipe Andrew.
Em 2021, ela entrou com uma ação judicial contra o membro da família real britânica em um tribunal de Nova York, alegando que ele a havia abusado sexualmente em três ocasiões quando ela tinha 17 anos, episódios que teriam ocorrido com a cumplicidade de Epstein.
O caso ganhou notoriedade mundial e levou o príncipe Andrew a pagar milhões de dólares a Giuffre em um acordo extrajudicial em 2022, embora ele sempre tenha negado as acusações e afirmado nunca tê-la conhecido. Uma foto amplamente divulgada, no entanto, mostrava os dois juntos ao lado de Ghislaine Maxwell, ex-companheira de Epstein e condenada por recrutar jovens para o esquema de abusos.

A associação de Andrew com Epstein custou-lhe caro: ele foi destituído de seus títulos militares e do status de “Sua Alteza Real” pela rainha Elizabeth II em 2022. O ex-príncipe, por sua vez, foi encontrado morto em sua cela em 2019, em um suposto suicídio, enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual.
Nos últimos meses, Giuffre enfrentou problemas de saúde graves. No início de abril, ela publicou uma foto em redes sociais mostrando ferimentos e revelou que sofrera um acidente de carro. Na ocasião, afirmou ter insuficiência renal e “poucos dias de vida”. A família não confirmou se esses problemas estavam diretamente ligados à sua decisão de tirar a própria vida.
Disque 188
A cada mês, em torno de mil pessoas procuram ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). São 33 casos por dia, ou mais de um por hora. Se não for tratada, a depressão pode levar a atitudes extremas.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dia, 32 pessoas cometem suicídio no Brasil. Hoje, o CVV é um dos poucos serviços em que se pode encontrar ajuda de graça. Cerca de 50 voluntários atendem 24 horas por dia a quem precisa.
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