Orquestra Ouro Preto convida Juarez Moreira

Marcado para este domingo, 9 de junho, o encontro do compositor e instrumentista Juarez Moreira com a OOP se dá no bojo da Série Alma Mineira

Patrícia Cassese | Editora Assistente

O compositor, violonista e guitarrista Juarez Moreira lembra que, embora tenha traçado o caminho profissional pela vereda da música popular, sempre teve um olhar – “e os dois ouvidos” – atento à música erudita. “Veja, de jeito algum me considero um músico erudito, mas ouvi muito violão clássico – por conta de um tio (William Moreira) que era virtuoso. E toco o ‘Prelúdio’, de Bach, bem como ‘Fuga’. Também adoro Debussy e Chopin. E com certeza isso influencia o meu jeito de compor”, conta o mineiro, ao Culturadoria.

Não por outro motivo, foi com indisfarçável alegria que ele recebeu o convite da Orquestra Ouro Preto para a nova apresentação da série “Alma Mineira”. O concerto, inédito, pode ser conferido neste domingo, dia 9 de junho, às 11h, no Grande Teatro do Sesc Palladium. “Independentemente de eu estar tocando com a Orquestra, agora, neste concerto – o que, aliás, me dá muito orgulho -, me sinto muito feliz de a cena musical mineira ter um uma formação deste calibre”.

Alma Mineira

Vale lembrar que a série “Alma Mineira”, da Orquestra Ouro Preto, celebra grandes nomes da música que vêm construindo a identidade cultural do estado. Assim, a cada concerto, os músicos se unem a um artista, independentemente de gênero, geração e estilo. O objetivo é “tecer uma narrativa sonora que celebra a diversidade e a potência da arte feita em Minas”, como diz o material de apresentação da iniciativa. A primeira apresentação foi ao lado da cantora Babaya. De acordo com a produção, duas semanas antes do evento, os ingressos já estavam esgotados.

Nesta edição de début do “Alma Mineira”, além de Babaya e de Juarez Moreira, estão previstas apresentações da Orquestra Ouro Preto com Titane e Celso Adolfo. No caso de Moreira, além dos músicos da OOP, ele terá, no palco do Sesc Palladium, a boa companhia de Lincoln Cheib (bateria), Kiko Mitre (baixo), Cléber Alves (saxofone) e Cristiano Caldas (piano). Os ingressos já estão à venda, a preços populares (R$ 30 a inteira).

Repertório

No concerto deste domingo, o público vai poder conferir obras como “Baião Barroco”, “Choro para Piazzola” e “Diamantina”, que se tornaram clássicos do repertório instrumental brasileiro. Juarez Moreira também confirma que a plateia terá a oportunidade de ouvir arranjos de Wagner Tiso para “Cine Pathé”, de Nivaldo Ornelas para “Rancho Fundo” e de André Dequech para “Valsa para os Beatles”.

O compositor e instrumentista relata que participou da seleção de repertório, inclusive pelo fato de, por já ter trabalhado com orquestra de cordas, antes, ter alguns arranjos prontos. Perguntado sobre qual música, na opinião dele, não poderia ficar de fora desta experiência, Juarez Moreira crava “Baião Barroco”. “É uma composição que foi gravada por várias pessoas, tocada por várias orquestras de corda. Então, acho que seria importante ela estar neste encontro meu com a Orquestra Ouro Preto”.

Trajetória reconhecida

Atualmente com 70 anos de idade, Juarez Moreira já lançou mais de uma dezena de discos – o primeiro, “Bom Dia”, foi apresentado originalmente em vinil, em 1989, e ganhou edição em CD em 1997. Moreira deu início à carreira ainda adolescente, em sua cidade natal, Guanhães. No entanto, o marco inicial da vida profissional é o ano de 1978, quando, já em Belo Horizonte, se juntou ao amigo Wagner Tiso. No curso da carreira, o músico se apresentou ao lado de nomes de calibre, como Milton Nascimento, Egberto Gismonti, Ivan Lins, João Donato, Toninho Horta, Gal Costa e Maria Bethânia, para citar alguns.

Cumpre frisar que Juarez Moreira chegou a estudar Engenharia Civil. “Na verdade, nunca fiz um curso de música regular. Sou autodidata. Mas a música sempre fez parte da minha vida. Quando morava no interior, em casa, ouvíamos todo tipo de música: Beatles, bossa nova, choro, samba, jazz… E música erudita. Temos uma ascendência musical muito forte, espanhola”, localiza.

Projetos

Perguntado sobre os demais projetos nos quais está envolvido este ano, Juarez Moreira conta que vai lançar dois discos. “Um de composições próprias, inéditas, que se chama ‘Dedicatória’, gravado com um septeto. Vai sair pelo selo do Bruno Golgher, o Savassi Records. E também estou lançando um segundo trabalho em torno da obra de Tom Jobim, que vai se chamar ‘Andorinha’”.

Foi em 1995 que Juarez Moreira lançou “Nuvens Douradas”, dedicado ao repertório do saudoso maestro. No repertório, estavam músicas como “Desafinado”, “Wave”, “Triste”, “A Felicidade”, “Corcovado”, “Passarim” e, claro, a composição que batizou o trabalho. Com o novo disco, ele diz que serão 30 músicas de Jobim gravadas.

Não bastasse, Juarez Moreira também tem, na agenda, um trabalho na Europa, com dois músicos suíços, o trompetista Peter Schärli e o pianista Hans Feigenwinter. “Na verdade, nós já temos um disco juntos – “Castelo” (2013), com oito faixas -, e, agora, vamos gravar outro. Assim, fico outubro e novembro na Europa, e termino o ano fazendo uma excursão pela (com patrocínio da) Cemig com esse trabalho em torno da música de Tom Jobim”.

Serviço

Alma Mineira: Orquestra Ouro Preto e Juarez Moreira

Quando. Neste domingo, 9 de junho de 2024, às 11h
Onde. Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro)
Ingressos no Sympla
Informações: www.orquestraouropreto.com.br

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