Na educação militarizada de Tarcísio, PM ganha mais do que professor. Por Moisés Mendes

O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas. (Foto: Reprodução)

Há quem entenda, por ingenuidade ou como despiste, que Tarcísio de Freitas é o cara de centro do bolsonarismo. Viúvas dos tucanos espalham essa história como consolo, como se assim não estivessem apoiando o fascismo.

Pois esse sujeito de extrema direita, que vacila para usar a retórica do líder e tem sido titubeante de fato no discurso, é categórico nas atitudes bolsonaristas.

Tarcísio vai pagar aos policiais militares da reserva que atuarem nas chamadas escolas cívico-militares do Estado mais do que paga aos professores estaduais.

É o que a Folha descobriu ao ter acesso a projeto de lei do governo que propõe pagar um adicional de até R$ 6.034 aos agentes de segurança — valor 13% superior ao piso dos professores de carreira de São Paulo.

A Folha informa que o projeto de lei que cria o programa de escolas cívico-militares no Estado foi encaminhado pelo governo nesta quinta-feira à Assembleia Legislativa, para ser aprovado ainda neste semestre.

Tarcísio é o principal líder da tentativa de manutenção das bases do bolsonarismo e da reação da extrema direita, depois das derrotas na eleição e no golpe tabajara de 8 de janeiro.

Quer abrir 50 escolas cívico-militares no próximo ano e outras 50 em 2026. Leiam o argumento do herdeiro que se esforça para liderar o bolsonarismo em disputa com Romeu Zema e Ronaldo Caiado:

“Entendemos que é algo que agrega civismo, brasilidade, disciplina, é de interesse dos pais. Vai contribuir com os alunos e nada interfere com a rotina pedagógica da escola”.

Romeu Zema, governador do Estado de Minas Gerais. (Foto: Reprodução)

Tarcísio tenta compensar no Estado (e inspirar outros governadores) a decisão de Lula de acabar com o programa nacional de fomento a escolas cívico-militares criado por Bolsonaro.

Sempre lembrando que o governador paulista se formou em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e tem patente de capitão da reserva.

Sua cabeça é militarista. Por isso, sai na frente dos outros dois candidatos ao espólio de Bolsonaro, como alguém que tem, na visão da direita brasileira, as ‘virtudes’ dos militares.

Mesmo que nunca antes, com o golpe fracassado, as Forças Armadas tenham sido tão desmoralizadas como agora.

Originalmente publicado em Blog do Moisés Mendes

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