Por que Paulo Gonet arquivou caso do cartão de vacina de Bolsonaro? Entenda motivos

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta quinta-feira (28) o arquivamento da investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso que ficou conhecido como o esquema dos cartões de vacina, no contexto da pandemia de Covid-19.

Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não há elementos suficientes para responsabilizar Bolsonaro por falsificação de registros de vacinação. Segundo ele, a delação do tenente-coronel Mauro Cid, por si só, não sustenta uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A solicitação foi feita um dia após o STF transformar Bolsonaro em réu por tentativa de golpe de Estado, com outros sete aliados. A PGR fez questão de diferenciar os dois casos. Segundo Gonet, enquanto a colaboração de Cid na investigação sobre a tentativa de golpe foi corroborada por outras provas, no caso dos cartões de vacina isso não ocorreu.

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“A situação destes autos difere substancialmente da estampada na PET 12100 (tentativa de golpe), em que provas convincentes autônomas foram produzidas pela Polícia Federal, em confirmação dos relatos do colaborador”, escreveu Gonet.

A Polícia Federal havia apontado que, em 21 de dezembro de 2022, foi inserido um dado falso no sistema do Ministério da Saúde (SI-PNI), indicando que Bolsonaro e sua filha menor de idade teriam sido imunizados contra a Covid. As informações foram excluídas menos de uma semana depois, em 27 de dezembro. A suspeita era de que a falsificação teria como objetivo permitir a entrada do então presidente nos Estados Unidos.

Agora, caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, decidir se acolhe o pedido da PGR, ou solicite diligências adicionais, caso julgue necessário.

Mesmo com esse possível arquivamento, Bolsonaro segue como investigado em outros casos — entre eles, o inquérito sobre o desvio de joias do acervo presidencial, no qual ele também já foi indiciado pela PF.

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