
Três deputadas estaduais denunciaram um episódio de racismo no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, durante o desembarque de um voo vindo do México na sexta-feira (11). As parlamentares Ediane Maria (PSOL-SP), Andreia de Jesus (PT-MG) e Leninha (PT-MG) afirmam que foram submetidas a uma revista discriminatória por parte da Polícia Federal.
Segundo relato das deputadas, elas haviam participado do Painel Internacional de Mulheres Afropolíticas no México e, ao chegarem a São Paulo, foram direcionadas pelos agentes da PF para uma área reservada da alfândega após passarem pelo scanner corporal. As três são mulheres negras e alegam que foram as únicas entre os passageiros a serem retiradas da fila para a chamada “revista aleatória”.
“A revista aleatória, que de aleatória não tem nada, é mais uma prática discriminatória e racista. Eu estava na fila do desembarque, com mais duas deputadas estaduais, e de todos que estavam na fila, só nós, três mulheres negras, que fomos escolhidas”, afirmou Ediane Maria.
Será ‘aleatoriedade’ ou racismo estrutural seletivo?
Ontem, no aeroporto de Guarulhos, eu e as deputadas Andréia de Jesus e Ediane Maria, três parlamentares estaduais negras, fomos as únicas “sorteadas” para uma revista aleatória. Nenhuma outra pessoa ao redor, apenas nós… pic.twitter.com/jPLweimf7s
— Leninha (@leninhamoc13) April 12, 2025
De acordo com as deputadas, em nenhum momento foi solicitado qualquer tipo de documento ou explicação formal para a abordagem. Elas destacam que o constrangimento sofrido foi agravado pelo fato de serem figuras públicas e estarem em missão oficial no exterior.
Diante do ocorrido, Ediane, Andreia e Leninha registraram um boletim de ocorrência por racismo. Além disso, pretendem acionar a ouvidoria da Polícia Federal e demais autoridades para exigir providências sobre a conduta dos agentes.
A deputada Andreia de Jesus também comentou o caso nas redes sociais. “Entre centenas de passageiros, eu e as companheiras deputadas Leninha e Ediane fomos as únicas selecionadas para uma revista pelos agentes de segurança da PF no Aeroporto de Guarulhos. O motivo nós já sabemos. É a lógica do ‘suspeito padrão’ que continua operando com as pretas e pretos”, escreveu.
Ela concluiu: “Um constrangimento que nenhuma pessoa merece passar. Racismo é crime. E a gente vai seguir enfrentando a discriminação em todos os espaços, dentro e fora das instituições”.
A Polícia Federal foi procurada para comentar o caso, mas ainda não se pronunciou.
As deputadas informaram que vão acompanhar de perto o andamento da investigação e prometem cobrar respostas públicas sobre o episódio.
Três deputadas estaduais, duas de Minas Gerais e uma de São Paulo, afirmam que foram de vítimas de racismo no desembarque do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na sexta-feira (11).
“Ãin mas é regra, faz com todos”
Ahh nos poupe
Os pretos são sempre os visadospic.twitter.com/8bQvAQWsYp
— 𝐀𝐧𝐭𝐢𝐟𝐚 𝐍𝐚𝐭𝐮𝐫𝐚𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐆𝐚𝐭𝐚 (@CantiiSandra) April 13, 2025
Conheça as redes sociais do DCM:
Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line