
A Polícia Civil de São Paulo deflagrou nesta quarta-feira (23) a operação “Floresta Devastada”, que mira banqueiros e executivos acusados de desviar dinheiro de clientes para uma offshore em Belize. A Justiça autorizou o sequestro de bens dos investigados até o limite de R$ 500 milhões.
Entre os alvos estão o banqueiro Nelson Nogueira Pinheiro e seus irmãos, Noberto e Jaime Nogueira Pinheiro Filho, sócios da MRCP Participações S/A. Os mandados de busca e apreensão atingem nove endereços ligados ao grupo, incluindo imóveis, obras de arte, joias, dinheiro em espécie, documentos e equipamentos eletrônicos.

INSS: o que se sabe sobre suposto esquema investigado pela PF
PF ponta descontos indevidos em aposentadorias e pensões; seis servidores foram afastados e há suspeita de corrupção, lavagem e falsificação

Quem é Alessandro Stefanutto, presidente afastado do INSS após operação da PF
Servidor de carreira há 25 anos, Stefanutto foi afastado do cargo em meio a investigação sobre descontos irregulares em aposentadorias e pensões
A 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens decretou o bloqueio de bens de 16 pessoas físicas e 19 empresas. Entre estas, estão o FPB Bank Inc, do Panamá, a Brickell Participações S/A, e a Ducoco Produtos Alimentícios SA — esta última com dívidas superiores a R$ 667 milhões e em recuperação judicial.
Segundo a Polícia Civil, o FPB Bank transferiu investimentos de clientes para uma offshore em Belize sem autorização e não devolveu os valores. A suspeita é de que os recursos tenham sido direcionados a empresas do grupo em paraísos fiscais.
As investigações tiveram início em 2023, após suspeitas de fraude no processo de recuperação extrajudicial da Brickell Participações. A Justiça de São Paulo já havia revogado o plano aprovado inicialmente em 2019.
O Ministério Público de São Paulo aponta indícios de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Duas vítimas que prestaram depoimento à polícia relataram prejuízos de cerca de R$ 130 milhões.
A Ducoco, também controlada por Nelson Pinheiro, foi vendida à Malibu Holding SA em operação judicialmente contestada. Já o FPB Bank foi liquidado em 2017, após intervenção da Superintendência de Bancos do Panamá.
Norberto Nogueira Pinheiro, um dos investigados, é também o controlador do Banco Pine, de médio porte, fundado em 1997, e que teve IPO realizado em 2007.
The post Justiça bloqueia R$ 500 mi de banqueiros acusados de ocultar ativos em paraíso fiscal appeared first on InfoMoney.